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domingo, 13 de janeiro de 2013

Benefícios da Dança do Ventre



Dança do ventre e saúde: a cura do templo feminino

 Na dança do ventre partimos do princípio de que nunca é tarde para iniciar o aprendizado. Todas as mulheres são belas na dança do ventre, pois, em sua herança histórica e mitológica, na psique feminina, a mulher selvagem aceita todas as suas filhas tais como são: belas e únicas.
 Pesquisas científicas da medicina anotadas pelo Professor Hermógenes, constataram que a atuação dos hormônios sobre as glândulas endócrinas, estimulando-as, pode conservar uma pessoa jovem, retardando o envelhecimento. A limpeza intestinal é um tópico importante, pois o material intestinal tende a lançar substâncias nocivas na corrente sanguínea, o que também contribui para o envelhecimento.




O QUE A DANÇA DO VENTRE PODE FAZER POR VOCÊ

A dança do ventre pode tanto estimular e equilibrar os hormônios femininos, auxiliar na cura da insuficiência ovariana, quanto combater a prisão de ventre como vimos, pois trabalha o tônus das paredes abdominais e contribui com o peristaltismo voluntário. Tudo isso, com o auxílio das ondulações abdominais, entre outros movimentos, combinados à respiração abdominal – o que ensina a movimentar o diafragma, ativando o natural funcionamento dos órgãos da região do baixo-ventre.
Fatores como uma boa circulação sanguínea, também contribuem para a manutenção da juventude através da prática bellydance, pois seus exercícios aeróbicos de baixo impacto evitam que você retenha líquido.


O QUE VOCÊ GANHA COM A PRÁTICA CONSTANTE

Com o passar dos anos, a musculatura, também por força da gravidade, tende a pesar. Os músculos sustentam menos o esqueleto – a coluna, como também os órgãos. Embora a dança do ventre não defina tanto a musculatura do corpo como na musculação, seu exercício lhe confere elasticidade e sustentabilidade, principalmente à região abdominal (neste caso, as ondulações ventrais fortalecem a região como também a definem). A coluna, sendo o vaso que abriga uma legião de nervos da medula espinal, cuja importância no funcionamento fisiológico é de peso ímpar, pois órgãos e glândulas estão a ela ligados, necessita de elasticidade, flexibilidade e sustentabilidade. A dança do ventre, trabalha nos “cambrés“, o alongamento da coluna em movimentos ântero-posteriores e látero-laterais, gradativamente, respeitando o estágio de desenvolvimento e as características anatômicas de cada aluna. Mencionando ainda que a prática correta destes alongamentos aliados à respiração proporcionam uma intensa massagem nos órgãos internos.
Doenças diversas tendem a estimular o envelhecimento precoce. Até nisso a dança do ventre pode auxiliar, pois mantém a mente da mulher sempre saudável. Mente sã, corpo são. Como mencionei em textos anteriores, a psicossomática evoluiu muito e hoje se conhece detalhadamente o processo de adoecimento estimulado por uma conduta mental negativa. Na dança do ventre, através de uma boa saúde, a mulher tem a oportunidade de progredir espiritualmente, pois poderá aumentar a quantidade de experiências a viver neste vaso, que é o corpo humano, onde poderá plantar diversas flores.

Cuidados fisicos da Dança do Ventre




É muito comum depois de algumas aulas de dança do ventre as alunas reclamarem de dores nas costas. Estas dores ocorrem geralmente por dois motivos: O primeiro motivo é a falta de atividade física, com o início das aulas de dança a musculatura das costas, pernas, braços e abdome, desacostumados com exercícios, tendem a sofrer um pouco, causando desconforto que passa à medida que a musculatura vai se tornando mais flexível e fortalecida.O segundo motivo é má postura quando a aluna executa os movimentos, sem se preocupar com a posição correta do seu corpo, que geralmente ocorre na ansiedade de dançar.Ao iniciar a dança do ventre deve-se tomar alguns cuidados quanto a posição dos pés, quadril, joelhos e das costas, como também dar muita atenção a respiração.

Os pés
A princípio os pés devem estar paralelos (com exceção de passos em que há exigência de sua movimentação de forma perpendicular), a distância entre eles deve ser a largura do quadril e totalmente apoiados no chão, com o passar do tempo, quando os movimentos já estiverem gravados na memória corporal, os pés poderão estar em meia ponta, para que os movimentos se tornem mais leves.

Os joelhos
Estes devem estar voltados para frente e relaxados, desta forma a patela (osso arredondado localizado na articulação do joelho) não é agredida, poupando a articulação do esforço e deixando a pelve mais "solta".

O quadril
As brasileiras possuem em gingado natural em que o quadril é projetado para trás. Na dança do ventre como também na maioria dos esportes é imprescindível que ele esteja sempre encaixado, ou seja, descer o cóccix (osso localizado no final da coluna vertebral) e levantar o púbis (eminência triangular na parte inferior do abdome) os movimentos serão melhores observados.

Coluna vertebral
Imagine que você é uma marionete e um fio te puxa pelo alto da cabeça, desta forma, seu corpo será obrigado a ficar ereto, a coluna alinhada com a cabeça e os pés, ombros relaxados, queixo apontando a linha do horizonte, abdome contraído, assim as articulações serão poupadas, evitando lesões futuras.

Respiração
É muito importante prestar atenção em sua respiração, que deve ser a mais tranquila possível, sendo necessária a utilização da respiração abdominal, que é natural nos recém - nascidos e na prática do yôga. Esta respiração consiste em inspirar relaxando o abdome, assim ocorre a sensação deste se encher de ar como se fosse uma bexiga, e soltar o ar contraindo o abdome esvaziando-o. A melhor forma de exemplificar esta respiração é comparando-a a um fole que expande ao sugar o ar e reduz ao expeli - lo.

Conclusões
A dança do ventre deve ser praticada com muita calma e seriedade, para que se possa desfrutar ao máximo de seus benefícios.Parece ser muito difícil pensar em todas essas informações e ainda dançar, mas desta maneira o corpo entra em forma com prazer e alegria, sem precisar de "malhação" pois com todos esses cuidados ocorre um aumento da capacidade aeróbica, fortalecimento e maior flexibilidade dos músculos, proporcionando um bem-estar geral. Além destes benefícios físicos a dança do ventre faz com que todas as mulheres resgatem sua feminilidade e delicadeza, reconhecendo e aceitando a si mesma, deixando de lado a cobrança de possuir um corpo parecido com o das modelos e atrizes que fazem parte de uma minoria, sendo que, mesmo estas mulheres que possuem corpos ditos "perfeitos" sofrem para mantê-los. Ao se aceitar a mulher percebe que o importante é possuir um corpo saudável, flexível, suave e dançante.A beleza da mulher nasce da capacidade que ela possui de sentir e proporcionar prazer às pessoas que ama.

Fonte: Blog magia e misterio

Código de ética dança do ventre


“A dança do ventre é uma expressão artística e, como tal, deve ser difundida. Cabe às profissionais da área zelar pelo seu conceito, mantendo assim, os padrões de elegância que a envolvem e não permitindo sua vulgarização. Para exercer suas funções com dignidade, as profissionais da área devem receber remuneração justa pelos serviços artísticos ou didáticos prestados. É considerada conduta antiética a prática de concorrência desleal com outras profissionais da área (bailarinas ou professoras).
Professoras.1. A professora tem a função de ensinar e orientar pacientemente, sempre zelando, em primeiro lugar, pela saúde e bem-estar de suas alunas, e respeitando as limitações de cada uma. A todas as professoras é dada orientação que seus currículos estejam à disposição das alunas.2. É importante que a professora realize anualmente avaliações opcionais com suas alunas, as quais terão à disposição informações preciosas para a evolução de seu aprendizado.3. A dedicação ao ensino deve ser direcionada para o conhecimento de suas alunas e não como instrumento de vaidade pessoal para a promoção da professora.

4. A professora deve exercer seu trabalho livre de toda e qualquer discriminação, motivando e respeitando suas alunas, independentemente de características físicas ou faixa etária, lembrando que esta é uma atividade que deve ser direcionada visando ao bem-estar e equilíbrio físico, mental e emocional. Portanto, não podem ser exigidos padrões estéticos que diferenciem ou discriminem qualquer uma delas.5. Para aptidão ao magistério da dança do ventre considera-se satisfatório um período mínimo de 4 anos de estudos na área, com aperfeiçoamento em didática e conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica que possibilitem segurança na realização de um trabalho corporal consciente. O tempo de estudo pode ser reconsiderado a partir de cursos realizados anteriormente, como balé clássico, educação física ou faculdade de dança.

6. A professora de dança do ventre deve buscar aprimoramento e atualização constantemente.7. A professora deve cumprir a programação e o cronograma de cursos oferecidos ou divulgados a suas alunas.8. Todas as alunas merecem igual atenção de sua professora, a qual não deve fazer qualquer distinção entre elas. 9. A professora deve ser especialmente honesta quanto aos seus conhecimentos, buscando respostas corretas para esclarecimento de suas alunas. Todas as informações pertinentes ao curso que se dispõe a ministrar devem ser transmitidas com clareza e honestidade, visando ao efetivo aprendizado de suas alunas. – Como a dança do ventre tem origens muito remotas e informações de difícil acesso, esta questão deve ser sempre esclarecida a priori, para se evitar a divulgação de histórias fictícias que resultem em prejuízo à sua imagem e evolução.
10. A professora não deve estimular competitividade negativa entre suas alunas ou com outros grupos.
11. A professora deve ter respeito e consideração com as demais profissionais da área, preservando um ambiente de relacionamento sadio que possa acrescentar ao desenvolvimento de todo o segmento, não utilizando a sala de aula como espaço para demonstrar rivalidades pessoais ou denegrir a imagem dos demais profissionais da área em prol de sua promoção.

12. São ainda consideradas atitudes antiéticas: Apresentar coreografias de outras profissionais sem prévia autorização, bem como omitir o nome da responsável por sua criação. Coibir a participação de alunas em workshops e cursos que possam acrescentar elementos ao desenvolvimento e aprendizado. Apresentar currículos com informações fictícias referentes ao aprendizado e experiência. Recomenda-se que, em se tratando de cursos e workshops, sempre se solicite certificado de participação

Bailarinas
No Brasil, até a presente data, são consideradas bailarinas de dança do ventre todas aquelas que, possuindo o conhecimento e experiência necessários, prestem serviços artísticos profissionais (shows) mediante oneração.
1. Cabe à bailarina profissional cumprir todas as cláusulas acertadas em contrato para prestação de serviços artísticos junto ao seu contratante.

2. A bailarina profissional de dança do ventre deve zelar pela imagem moral da categoria que representa: mantendo relacionamento e de respeito e elegância junto ao seu público e contratante; e trajando-se de forma adequada aos padrões da categoria durante suas apresentações.3. Faz parte da correta conduta ética entre bailarinas profissionais: Quando assistir à apresentação de outra bailarina e/ou alunas, dedicar o devido respeito e atenção. Quando estiver realizando apresentação em conjunto, ser solidária e direcionar o trabalho com espírito de equipe e união.
4. Ter consciência de que cada profissional possui um estilo próprio que a diferencia e, assim, saber apreciar a admirar, com a devida humildade, todas as variadas formas de se expressar a mesma arte.
5. Respeitar o local de trabalho de outras profissionais.

6. São consideradas atitudes antiéticas: Atravessar ou interferir em contato de trabalho de outra profissional estando ciente deste fato. Distribuir material de propaganda pessoal durante serviços contratados por meio de outra bailarina. Criticar o desempenho ou denegrir a imagem de outra profissional junto ao público, contratantes ou demais colegas da área. Transformar uma apresentação coletiva em disputa pessoal de vaidade, interferindo na qualidade do trabalho apresentado.
A forma como uma professora e bailarina se referem à sua (s) mestra (s) é um exemplo que será seguido por suas alunas amanhã. Quem não respeita seu mestre não valoriza a arte. Recomenda-se sempre avaliação médica antes do início das atividades, como em qualquer atividade física.
As responsáveis pela elaboração do Código de Ética esperam que a união, a humildade, a seriedade, o respeito e o amor sincero à arte estejam sempre acima de qualquer diferença pessoal. Que estes laços que nos aproximaram até aqui em favor do objetivo único de valorizar e organizar nossa arte, se fortifiquem a cada dia, alcançando todas as praticantes da dança do ventre no Brasil.”

Fonte: Cadernos de dança




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Estilos

A Dança do Ventre e seus estilos



Não temos muitos registros históricos sobre a dança do ventre, mas uma coisa é fato e indiscutível, é uma dança de essência feminina e muito antiga, e claro, devido a esta última característica passou por inúmeras transformações. Venho há muito tempo sentindo uma grande necessidade de abordar esse assunto, isso porque observo muitas profissionais da área, tanto no Brasil como no exterior, usarem nomenclaturas e rótulos para classificarem sua dança como sendo melhor. É comum depararmos com frases tipo “a verdadeira”, “autêntica”, “pura”, “original”...

Antes de escrever qualquer coisa quero deixar bem claro que só existem dois tipos de dança do ventre: a boa e a ruim. E não precisa ser nenhum expert no assunto para saber diferenciar.

Dança ruim não falta, mas ainda bem que temos muita dança boa!!

Pra mim, dança ruim é aquela fora do ritmo e da música, sem sentimento, sem personalidade, fora do contexto.

E dança boa, ao contrário do que tenho observado neste meio, NÃO É conseguir fazer movimentos “cabeludos” e dificílimos, e sim tornar sua dança juntamente com a música uma só coisa, dançar com expressão, vida, paixão, delicadeza e todas as suas emoções, é conseguir tocar no outro e dar o seu melhor. A técnica e elaboração dos movimentos são importantes sim e enriquecem a dança, mas somente isso não basta!! Num outro momento quero falar mais sobre isso.

Mas voltando ao assunto dos estilos, acho muito necessário colocar alguns pontos nos is. E antes que alguém pergunte, quem é ela para fazer isso, quero dizer que não sou ninguém, não tenho selo disso ou daquilo, não ganhei nenhum concurso e não fiz aula com nenhuma estrela da dança do ventre, não sou formada em ballet clássico, nem moderno e nem jazz e nunca fiz nenhum curso de dança ocidental, não tenho nada contra quem fez tudo isso e quem sabe um dia eu faça também, mas até este momento não fiz. Aprendi meus primeiros passos nas festas e reuniões familiares e da colônia grega e árabe, aprendi com minha mãe, minhas tias, participei de uma porção de grupos folclóricos, ouço música oriental desde que nasci, e só muuuuuito depois, quando eu já tinha 18 anos fui estudar especificamente a Dança do Ventre.

Dito isto, permito-me dizer que a dança do ventre hoje, tanto no Brasil como em outros lugares do mundo, inclusive no Oriente Médio, possui muita influência do ballet e do jazz, e inclusive que no Brasil parece que adquiriu um estilo próprio, muito bonito e admirado, mas longe de ser o tradicional como muitas afirmam com convicção.

O que é então Dança do Ventre tradicional?

Na minha opinião é aquela que minha mãe dança, instintivamente, tendo aprendido com seus familiares que aprenderam com os deles e assim foi. É uma dança de raiz, assim como a menina do subúrbio do Rio dança um samba delicioso sem condicionamentos. Minha mãe nunca vai sambar daquele jeito e a menina nunca vai dançar o que minha mãe dança. É algo não só cultural, mas meio que genético e muito diferente da Dança do Ventre que assisto nos shows e festivais. Em hipótese nenhuma estou dizendo aqui que uma dança é melhor ou pior, muito pelo contrário, a dança tradicional é mais simples, não tem grandes deslocamentos e giros, os braços são mais soltos, a linhas menos harmônicas, mas o “swing” é diferente, é muito difícil explicar sem mostrar.

Sem contar os novos estilos que estão surgindo a cada dia, “Tribal, Fusion e etc”, eu classifico a Dança do Ventre basicamente em:

Dança do Ventre tradicional – que eu já dei uma explicada
Dança do Ventre Clássica Oriental
Dança do Ventre Clássica Ocidental
Dança do Ventre Moderna
Dança do Ventre Criativa ou Livre

O que diferencia um estilo do outro não é somente a música ou os trajes (este último é o que tem menos importância), mas sim os movimentos utilizados, a postura, a leitura musical, a interpretação dos ritmos, maqans e taksins, a forma como são feitos os deslocamentos entre muitos outros aspectos.

Quero encerrar dizendo que a Dança do Ventre é uma arte, e toda arte tem que evoluir e transpor os padrões e condicionamentos, entretanto não podemos esquecer de que esta dança é uma arte que pertence a uma cultura, e que não temos o direito de distorcer, depreciar, ridicularizar, vulgarizar ou descaracterizar esta cultura tão antiga e que muito colaborou com a nossa evolução como seres humanos.


Escrito por: Cristiana Antoniadis



Estilo Egípcio:

O Estilo Egípcio, como o próprio nome já diz, é oriundo do Egito, destacando-se as cidades do Cairo e Alexandria. As estrelas de dança egípcia ganharam fama por se diferenciarem das dançarinas do ventre em geral, também se diferenciando muito entre si. Dessa forma há uma grande variedade de interpretações dentro deste estilo, mas ainda assim, há certos elementos que parecem comuns à dança do ventre egípcia. Geralmente, as dançarinas acompanham mais o ritmo de um instrumento do que a melodia, ainda que existam dançarinas que dancem um tanto "melodicamente" às vezes. Elas também possuem um estilo um tanto leve, o que faz a dança parecer muito fundamentada e tradicional. Assim como acontece com todas as danças orientais, a dança do ventre egípcia é profundamente mergulhada na música folclórica e na dança do Egito. Os ritmos Saidi e suas variações, por exemplo, são muito comuns. Muitos elementos diferenciam a Era de Ouro do Estilo Egípcio dos estilos mais modernos. A Era de Ouro faz referência às estrelas da dança egípcia dos anos de 1920 a 1950. Alguns dos nomes mais famosos daquela época incluem Samia Gamal, Tahia Carioca, Naima Akef e poderia se estender às gerações seguintes como Souhair Zaki, Nagwa Fouad, Fifi Abdo, Mona Said e Aza Sharif. O estilo egípcio moderno relaciona-se com as tendências mais atuais na dança oriental egípcia. Algumas delas incluem elementos do balé e da dança moderna. Grandes nomes da dança do ventre egípcia são Dina, Tito e Randa Kamal. Há também muitos dançarinos de outra nacionalidades que adotaram o estilo egípcio em sua própria dança. Alguns nomes merecem destaque como Orit (Israel), Leila (EUA),Sahra Kent (EUA), Yasmin (EUA), Nour (Rússia), Asmahan (Argentina);

Estilos Americano:


 Ao longo do século XX, surgiram casas noturnas de imigrantes do Oriente Médio onde vários deles se reuniam para apreciar a música e a dança de seus países. Geralmente, eles eram um grupo misto formado por árabes, armênios, turcos, gregos e persas. A música seria uma mistura de canções populares de todas essas diferentes culturas. As dançarinas eram as próprias imigrantes e, mais tarde, seriam americanas que se apaixonaram pelo Oriente Médio após conhecerem sua cultura, música e dança. Elas aprenderam através de filmes, postais, pinturas e qualquer outra coisa que chegasse às suas mãos. E assim surgia um estilo único de Dança Oriental que misturava influências de diferentes países do Oriente Médio e muita imaginação.

Algumas das características que diferenciam o Estilo Americano, além de uma grande mistura de elementos de várias culturas do Oriente Médio, incluem uma maior utilização dos snujs, danças com véus, espadas e cobras. Alguns nomes importantes desse estilo incluem Nejla Ates, Ozel Turkbas, Semra, Morocco, Serena Wilson, Ibrahim Farrah, Bert Balladine, Jamila Salimpour, Nakish, dentre muitos outros. Da nova geração, Ansuya e Piper são grandes representantes do Estilo Americano.



Estilo Americano Contemporâneo:




Muitas dançarinas americanas e outras dançarinas em todo o mundo dão continuidade à eclética tradição do Estilo Americano de Dança do Ventre, fundindo vários elementos de diferentes culturas do Oriente Médio. Muitas delas levaram a coisa mais adiante e incorporaram elementos como Jazz, Balé, Dança Moderna, Dança Latina, Dança Espanhola e Flamenco, Dança Cigana, Hip Hop, Dança Indiana, etc. Além disso, as dançarinas procuraram viajar para o Oriente Médio para saber o que as comunidades de dança do Egito, Líbano e Turquia estão desenvolvendo atualmente.

Enquanto as dançarinas continuam tendo um forte vocabulário com base árabe ou turca em seu repertório, uma grande variedade de fusões é aceita sob o título de "Dança do Ventre". Dessa forma, há também uma tendência maior de apresentações no estilo teatral.

Ainda que existam estilos definidos de Dança do Ventre, há uma constante troca de elementos entre todos eles. Muitas dançarinas que poderiam se encaixar na categoria de Estilo Americano podem ao mesmo tempo se encaixar em outro estilo. Por exemplo, a dançarina Jillina, coreógrafa do Belly Dance Super Stars, inclui uma boa dose de fusões em suas coreografias em grupo, mas como dançarina solo utiliza um estilo próximo do que pode-se chamar de Estilo Egípcio Moderno.

Algumas notáveis dançarinas e alguns grupos que realmente representam as tendências da Dança do Ventre Americana Contemporânea incluem: Suhaila Salimpour, Belly Dance Super Stars, Bellyqueen, Dalia Carrella (para sua "Dunyavi Gipsy"), Elena Lentini e Tamalyn Dahlal (para as suas apresentações teatrais), para citar apenas alguns nomes.



Estilo Turco:




Os estilos turco e oriental e os estilos árabes de Dança do Ventre compartilham o mesmo vocabulário de dança. No entanto, o estilo turco é influenciado por várias danças folclóricas da Turquia, assim como as danças folclóricas dos ciganos que vivem no país. Muitas dançarinas e músicos são ciganos e deram seu próprio toque especial à dança.
Há geralmente ritmos populares com uma estrutura de 5, 7 ou 9 tempos juntamente com ritmos de 4 e 8 tempos. O Estilo Turco Clássico possui alguns pontos em comum com as eras de Ouro e Clássica do Egito e do Líbano, mas também possui um caráter patriótico muito forte oriundo da época do Império Otomano. No entanto, o atual estilo turco de Dança do Ventre é muito mais alegre e expansivo. Alguns nomes que valem a pena ser citados incluem Nesrin Topkapi, Princess Banu, Sema Yildiz, Asena, Didem, Tulay Karaca, Birgul Beray, Reyhan e Tanyeli, além de dançarinas estrangeiras como Artemis (EUA) e Eva Cernik (EUA).




Estilo Tribal:






Carolena Nericcio, de início uma aluna de Masha Archer que, por sua vez, era aluna de Jamila Salimpour, criou um grupo de dança em São Francisco (Califórnia, EUA) com o nome de 'FatChanceBellyDance'. Com uma estética alternativa e o desenvolvimento de um estilo codificado de improvisação, o grupo rapidamente ganhou popularidade mundo afora ao trazer uma nova forma de dança no mundo Belly Dance: o estilo Tribal. A música usada era de origem norte-africana, indiana, turca e árabe. As roupas traziam elementos da India, Turquia, Afeganistão e África do Norte. Tudo isso misturado aos movimentos trazidos do estilo americano, do Flamenco e da dança indiana. As tatuagens também são muito populares entre as dançarinas de tribal. Algumas dançarinas diferenciam o puro FatChance e o Estilo Tribal Americano do Estilo Tribal Improvisado. Como bailarinas de tribal conhecidas, pode-se citar Carolena Nericcio do FatChanceBellyDance, Kajira Djoumahna do BlackSheep BellyDance e Paulette Rees-Denis do Gypsy Caravan.

TRIBAL FUSION -Estilos derivados do Estilo Tribal Americano incluem o Tribal Fusion e a Dança do Ventre Tribal Moderna. Estes, por sua vez, utilizam bastante da estética do tribal americano. No entanto, em vez de ter como base a improvisação, as danças do Tribal Fusion são geralmente coreografadas. Os estilos se fundem ainda mais com outras formas de dança como break dance, hip hop, dança indiana, polinésia, do Oeste Africano, entre outras. Além disso, usam músicas contemporâneas como breakcore e etno-rock. O Tribal Fusion é ainda fortemente influenciado pelo Yoga, tendo muitas de suas dançarinas como praticantes da modalidade. Alguns nomes conhecidos incluem Rachel Brice e o Indigo, Zafira Dance Company, Unmata, Jill Parker e o Ultra Gipsy e Ashara.


Estilo Libanês:




Aqui no Brasil, o estilo libanês de Dança do Ventre ainda é bem pouco conhecido e muito menos praticado. À primeira vista, eles são bem parecidos, mas existem certas características que o diferenciam do estilo egípcio, que é o mais comum entre as bailarinas, além do norte-americano.
  As bailarinas costumam ser muito mais interativas com o público, os movimentos de quadril são mais fortes e o sapato alto, é basicamente obrigatório. Não sei porque. As músicas com leitura libanesa costumam ser mais impactantes, com um Dabke comumente em algum momento da música . A leitura musical é diferente e o espaço é mais utilizado também, com muitos giros, camelos, tranquinhos e twists.
  As roupas são menos discretas e/ou mais ousadas, a expressão costuma ser muito mais extrovertida que a do estilo egípcio, pela própria roupagem das músicas mesmo.
Estilo libanês é alegria e entretenimento! É uma opção para quem não se identifica muito com a introspecção do estilo egípcio, tão bonito quanto. Ninguém é obrigado a gostar, mas que ele existe e tem crescido, é inegável.


Fonte: Dança do Ventre Brasil







domingo, 30 de dezembro de 2012

Em Tempos Modernos Dança do Ventre resgata Autoestima Feminina



Pode-se dizer que a dança do ventre une todas as características que formam a “mulher-modelo” da atualidade: independência, feminilidade, sensualidade, força e persistência. Longe de ser uma dança para mulheres de corpo perfeito e vida tranquila, executar os famosos movimentos com os quadris trabalha a autoestima feminina, a flexibilidade corporal e acalma a mente agitada dos dias de hoje. Nos últimos cinco anos, a dança oriental tem se espalhado pelo Sul de Minas, quebrando tabus que ligam a modalidade à vulgaridade e tornando mulheres mais felizes consigo mesmas.
A técnica da dança, basicamente, é a dissociação dos quadris, em que você trabalha e vai soltando as articulações. “Os movimentos de dança são movimentos ondulatórios, que cabem perfeitamente na linha arredondada do corpo feminino”, explica a professora de dança do ventre Ellen Cristina dos Reis Vilela. Ela estuda a modalidade desde 2002 e resolveu abrir uma academia em Varginha (MG) para ensinar a dança em 2007. Foi a primeira da cidade. 

A dança sempre gerou muita polêmica e receio por parte da sociedade por ser conhecida por seu alto teor de sensualidade. “No começo foi muito difícil, iniciar a academia aqui”, conta a professora. Por 10 anos, Ellen foi protética e viajava para Três Corações (MG) para fazer próteses dentárias e volt“A prótese que financiou meus cursos de dança em São Paulo (risos). Aí eu ia lá (em Três Corações), fazia minhas dentaduras, voltava e ensinava dança. A prótese que acabou financiando meu sonho de viver da arte”, lembra. Desde o ano passado, ela consegue viver somente das aulas de dança.





Aprendendo a “serpentear”






O conjunto de roupas tradicional da dança é um sutiã enfeitado com pedras e lantejoulas, uma saia comprida, porém aberta nas pernas e um cinturão também todo enfeitado com penduricalhos. Cores, muitas, e em tonalidades fortes. A barriga fica de fora, e os enfeites do cinturão evidenciam os movimentos executados pelos quadris das dançarinas. Como uma serpente “rebolando” e se chacoalhando, as dançarinas são conhecidas por conquistar corações com olhares fortes e movimentos delicados e femininos.





“O mais importante é aceitar a sensualidade. As mulheres tem vergonha de serem sensuais! Mas a sensualidade é muito diferente da vulgaridade”, afirma Ellen. Segundo ela, a maioria das mulheres busca as aulas para fazer uma atividade física, para desestressar e porque se sentem atraídas pela beleza da dança. “A maioria acha lindo, maravilhoso, e aí quer fazer. Tem também quem vem porque quer seduzir o marido”, ri a professora.


“Não é uma dança fácil. Primeiro tem que soltar os quadris, fazer os exercícios, e aí a aluna tem que ter paciência, persistência, pra poder conseguir fazer”, explica. Apesar disso, ela diz que, persistindo, todas conseguem fazer. Em todos os anos em que ela ministrou as aulas, ela só teve uma aluna que realmente não conseguiu aprender a dança. “Ela tinha sérios problemas de coordenação. Ela tentou e realmente não conseguiu”, conta.


Daiana Lima, de 27 anos, é uma das mais recentes alunas da Ellen e afirma que sempre quis fazer a dança, mas só agora tomou coragem e começou a aprender. “É uma dança elegante, bonita. No começo é difícil, mas o que acho mais difícil é a postura”, diz. Por falar em postura, Ellen responde um tabu que envolve a dança, de que praticá-la daria barriga. “Não, não dá barriga. O que dá barriga é comer X-tudo e dormir (risos). Na verdade, o que dá barriga é a postura errada. Se você dançar fora da postura correta, vai dar barriga, não só dança do ventre como qualquer outra atividade que você fizer na postura errada”, explica ela.


A professora também destaca que a sensualidade não tem nada a ver com tipo físico ou padrões de beleza. Gordinhas, magérrimas, baixinhas, altas, todas praticam a dança e vê-las deslizando no palco é sempre admirável. “O que eu acho mais interessante é a mulher descobrir a sua verdadeira beleza, ela passa a se gostar mais, independente dos padrões de beleza que estão na sociedade: magra, alta, nova. Quem começa a dançar, começa a se gostar”, afirma. "Faço questão de que todas se apresentem e vençam seus receios", conclui.


Benefícios




A prática da dança do ventre, além de ser mais uma forma de perder alguns quilinhos a mais, também traz alguns benefícios ligados à principal parte do corpo trabalhada durante os movimentos, ou seja, a movimentação na região do ventre. “É uma massagem para os órgãos internos, útero, ovários, intestino, vai massageando, vai ondulando, vai trabalhando todas essa linha”, diz Ellen.


Segundo a professora, quem sofre de intestino preso, pode ser uma ajuda para fazê-lo funcionar. “Acontece também muito da pessoa que tinha algum problema que causava muita dor no corpo, e a dor acabar. Ou o contrário, a pessoa não tinha dor nenhuma, aí ao dançar começa a sentir uma dorzinha, vai ao médico e descobre uma pedra nos rins, ou um mioma no útero”. Segundo ela, pelos movimentos estimularem muito com essa região, o corpo acaba expondo os sinais de um problema que já existia.





Outra característica em quem pratica a dança é o aumento dos hormônios femininos, o que faz da prática indicada para mulheres mais velhas em um período em que os hormônios estão diminuindo. Ou senão, para aquelas que talvez um pouquinho mais de hormônios femininos não fizesse mal. “Eu tinha uma aluna aqui que construía casas e as vendia, então ela lidava com pedreiro, saco de cimento. Eu fui vendo que, com o passar do tempo, ela foi ficando mais feminina, os gestos foram ficando mais delicados, colocando brincos. Ela não usava brinco, não usava batom”, conta Ellen. “Ela brincava comigo: ‘Ellen, você me fez virar mulherzinha’(risos). Ela chegou O e saiu A”, brinca a professora.


Em contrapartida, segundo ela, não é aconselhável para crianças, pois a prática pode acelerar o processo de menstruação das meninas. “Mas mocinhas de 15, 16 a 80 anos podem fazer à vontade”, comenta Ellen.



Profissionais da sensualidade

As dançarinas profissionais têm nomes artísticos árabes para as execuções públicas das coreografias. O de Ellen é Ellen Hanna. Recentemente ministrando um workshop, a dançarina Mahaila El Helwa esteve em Varginha. Ela é a única brasileira ganhadora do maior concurso de dança do ventre que existe no mundo, realizado durante o Festival Ahlan Wa Sahlan, no Egito.


A dançarina Mahaila El Helwa de São Paulo, SP.
(Foto: Tiago Campos / G1)


Fora do “Oriente”, Mahaila é Gabriela Nogueira, de São Paulo (SP). Com 27 anos, ela começou a dançar aos 14. “Comecei totalmente amadora, meio que forçada pela minha mãe, que sempre gostou de música árabe e me arrastou um dia pra aula falando: você vai fazer”, conta ela, que logo no início já se apaixonou pela dança e não parou mais. O concurso no Egito que ela venceu em 2005, aos 19 anos, trouxe a popularidade e o reconhecimento. Ela foi escolhida a melhor dançarina do ventre entre 60 meninas de 32 países.


“Nunca tive a pretensão de me tornar profissional, foi acontecendo mesmo”, conta Gabriela. Ela é advogada, com OAB e tudo, nas palavras dela, mas abandonou a profissão para ser dançarina. “A dança e o amor pela arte falou mais alto”, completa. Atualmente, ela começa a decolar em uma carreira internacional, fazendo apresentações e workshops na Argentina, Chile e com pretensões pelo solo europeu.


"A sensualidade é muito diferente da vulgaridade"
Ellen Hanna


Gabriela comenta que a dança combina perfeitamente com a cultura brasileira, e que as dançarinas brasileiras são famosas por serem muito boas no que fazem. E pra ela, a tendência é aumentar cada vez mais. “É impressionante como tem gente que faz dança do ventre no Brasil, eu já viajei de Roraima até Porto Alegre e é muita gente que pratica, é um meio que está crescendo cada vez mais”, comenta ela.


Quanto aos desafios de quem quer fazer isso bem e como carreira profissional, não é apenas dominar a técnica da dança, mas tudo que a envolve, sua história e a cultura árabe. “Eu acho que o maior desafio é você captar o sentimento da dança, porque a dança do ventre é algo que tecnicamente é difícil, você começa a mexer partes do corpo que você nunca imaginou que ia mexer antes. E o sentimento é algo que ninguém nunca vai te ensinar. Os professores só podem despertar isso em você", afirma Gabriela.


Para ela, o sentimento que você coloca na prática é o que realmente faz diferença em quem faz bem e quem não faz. "Isso eu acredito que é o mais difícil, que você só vai pegando com a experiência, com o seu tempo de prática, com a sua segurança em relação ao que você está fazendo e ir se aprofundando cada vez mais. O sentimento é o que realmente faz diferença na dança”, finaliza ela.


A dançarina Mahaila El Helwa durante workshop de dança do ventre em Varginha. (Foto: Tiago Campos / G1)




Fonte:http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2012/12/em-tempos-modernos-danca-do-ventre-resgata-autoestima-feminina.html







Evolução Técnica: Aspectos Gerais


Almeh - Cairo: Dançarina do século 19. Frederic Goupil Fesquet (1806-1893)
Tecnicamente, os movimentos são marcados pelas ondulações abdominais, de quadril e tronco isoladas ou combinadas, ondulações de braços e mãos,tremidos (shimmies) e batidas de quadril , entre outros. Segundo a pesquisadora norte-americana Morroco, as ondulações abdominais consistem na imitação das contrações do parto: tribos do interior do Marrocos realizam ainda hoje, rituais de nascimento, em que as mulheres se reúnem em torno da parturiente com as mãos unidas, e cantando, realizam as ondulações abdominais a fim de estimular e apoiar a futura mãe a ter um parto saudável, sendo que a futura mãe fica de pé, e realiza também os movimentos das ondulações com a coluna. Estas mulheres são assim treinadas desde pequenas, através de danças muito semelhantes à Dança do Ventre.
Ao longo dos anos, sofreu modificações diversas, inclusive com a inclusão dos movimentos do Ballet clássico russo em 1930.Dentre os estilos mais estudados estão os estilos das escolas:
Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do Ballet Clássico, movimentos de braços e mãos simplificados;
Norte-americana: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos amplamente elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, movimentos de mãos e braços mais bem explorados;
Libanesa: com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.No Brasil a prática revela uma tendência de copiar os detalhes de cada cultura, para fins de estudo e aumento de repertório. O estilo brasileiro tem se revelado ousado, comunicativo, bem-humorado, rico e claro no repertório de movimentos, assim como na Argentina, onde a dança do ventre é muito apreciada, estudada e praticada.
Tendo sido influenciada por diversos grupos étnicos do Oriente, absorveu os regionalismos locais, que lhe atribuíam interpretações com significados regionais. Surgiam desta forma, elementos etnográficos bastante característicos, como nomes diferenciados, geralmente associados à região geográfica em que se encontrava; trajes e acessórios adaptados; regras sobre celebrações e casamentos; elementos musicais criados especialmente para a nova forma; movimentos básicos que modificaram a postura corporal e variações da dança. Nasce então, a Dança Folclórica Árabe.A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu a alcunha Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fogem para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva à conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.Neste período, os franceses encontraram duas castas de dançarinas:
As Awalim (plural de Almeh), consideradas cultas demais para a época, poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, cortesãs de luxo da elite dominante, e que fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram;
As Ghawazee (plural de Ghazeya), dançarinas populares, ciganas - descendentes dos grupos de ciganos dumi (دومي) (ou nawar) e helebi (os mais comuns no Egito e na região do Levante), que passavam o tempo entretendo os soldados. Entre os ciganos do Médio Oriente, a dança não é considerada vergonhosa, e as suas mulheres cantam e dançam para animar festas de casamento e eventos em geral, o que é aceito pela sociedade mais ampla, mas contribui ainda mais para manter os ciganos com status inferior.As Ghawazee descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial e foram proibidas de se aproximarem das barracas do exército. No entanto, a maioria não respeitava as novas normas estabelecidas, e como conseqüência, quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e as cabeças foram lançadas ao Nilo.Originalmente a dança possuía um aspecto religioso nos cultos àdeusa mãe, não se sabe ao certo como foi a ligação com a ideia da prostituição, mas acredita-se que tudo tenha começado no período de transição do matriarcado para o patriarcado, quando as danças femininas passam a ser vistas como ameaça ao novo domínio político.A história dá um salto, e em 1834, o governador Mohamed Ali, proíbe as performances femininas no Cairo, por pressões religiosas. Em 1866, a proibição é suspensa e as Ghawazee retornam ao Cairo, pagando taxas ao governo pelas performances.No início da ocupação britânica em 1882, clubes noturnos com teatros, restaurantes e music halls, já ofereciam os mais diversos tipos de entretenimento.
cinema egípcio começa a ser rodado em 1920, e usa o cenário dos night clubs, com cenas da música e da dança regional. Hollywood passa a exercer grande influência na fantasia ocidental sobre o Oriente, modificando os costumes das dançarinas árabes. Surgem bailarinas consagradas, nomes como Nadia Gamal e Taheya Karioca, entre muitos outros ainda hoje estudados pelas praticantes da Dança Oriental. O aspecto cultural da prostituição relacionada à dança passa a ser dicotomizado: criam-se bailarinas para serem estrelas, com estudos sobre dança, ritmos árabes e teatralidade.
No Brasil a dança foi difundida pela mestra síria Shahrazad e mestra Saamira Samia.Na década de 1990, a dança do ventre teve o maior impulso durante a exibição da novela O Clone, pela Rede Globo de Televisão, produção a qual tinha por tema as peripécias de uma muçulmana marroquina em terras brasileiras. Contudo, o término da exibição da telenovela não arrefeceu o interesse, existindo atualmente diversas escolas e espaços de dança dedicados à "Raks Sharqi".Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresenta regulações quanto ao aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.



Alusão às posições dos papiros egípcios
Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:


Espada: A origem é nebulosa e não necessariamente atribuída á cultura egípcia ou árabe, sendo explicada por várias lendas e suposições.
O que é certo, porém, é que a bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibra-la em diversas partes do corpo;
Pontos de equilíbrio mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa;
Também é considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música;
Punhal: Variação da dança com a espada, também sem registro de uso nos países árabes.
O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos;
Véus: Ao contrário do que se pensa, é uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada há pouco tempo, ao contrário das danças folclóricas.
Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entende-la e apreciá-la.
Candelabro (shamadan): Elemento original egípcio, o candelabro era utilizado no cortejo de casamento, para iluminar a passagem dos noivos e dos convidados. Dança-se, atualmente, como uma representação deste rito social, utilizando o ritmo zaffa.
Taças: Variação ocidental da dança com candelabro.
Khaligi: Dança genérica dos países do golfo pérsico. É caracterizada pelo uso de uma bata longa e fluida e por intenso uso dos cabelos. Caracteriza-se por uma atmosfera de união familiar, ou simplesmente fraterna entre as mulheres presentes. Dança-se com ritmos do golfo, principalmente o soudi.
Jarro: Representa o trajeto das mulheres em busca da água. Marcada também pelo equilíbrio.
Säidi: Dança do sul do Egito, podendo ser dançada com o bastão (no ocidente, bengala).
Hagallah: Originária de Marsa Matruh, na fronteira com o deserto líbio.
Meleah laff: representação do cotidiano portuário egípcio de Alexandria. As mulheres trajam um pano (meleah) enrolado (laff)no corpo.As danças folclóricas normalmente retratam os costumes ou rituais de certa região de e por isso são utilizadas roupas diferentes das de dança do ventre clássica.
A dança com a cobra é considerada ato circense - a cobra era considerada sagrada no Antigo Egito e por isso algumas bailarinas fazem alusão nas performances - mas não é considerada representativa da dança.

Um pouco da Historia




A dança de ventre é uma famosa dança praticada originalmente em diversas regiões do Oriente Médio e da Ásia Meridional. De origem primitiva e nebulosa, datada entre 7000 e 5000 a.C, seus movimentos aliados a música e sinuosidade semelhante a uma serpente foram registrados no Antigo Egito,Babilônia, Mesopotâmia, Índia,Pérsia e Grécia, e tinham como objetivo preparar a mulher através de ritos religiosos dedicados a deusas para se tornarem mães. Com a invasão dos árabes, a dança foi propagada por todo o mundo. A expressão dança do ventre surgiu na França, em 1893.No Oriente é conhecida pelo nome em árabe raqṣ sharqī (literalmente "dança oriental"), ou raqṣ bládi (literalmente "dança da região", e, por extensão, "dança popular"), ou pelo termo turco çiftetelli (ou τσιφτετέλι, em grego).É composta por uma série de movimentos vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem o corpo como um todo. Na atualidade ganhou aspectos sensuais exóticos, sendo excluída de alguns países árabes de atitude conservadora.