domingo, 13 de janeiro de 2013
Benefícios da Dança do Ventre
Dança do ventre e saúde: a cura do templo feminino
Na dança do ventre partimos do princípio de que nunca é tarde para iniciar o aprendizado. Todas as mulheres são belas na dança do ventre, pois, em sua herança histórica e mitológica, na psique feminina, a mulher selvagem aceita todas as suas filhas tais como são: belas e únicas.
Pesquisas científicas da medicina anotadas pelo Professor Hermógenes, constataram que a atuação dos hormônios sobre as glândulas endócrinas, estimulando-as, pode conservar uma pessoa jovem, retardando o envelhecimento. A limpeza intestinal é um tópico importante, pois o material intestinal tende a lançar substâncias nocivas na corrente sanguínea, o que também contribui para o envelhecimento.
O QUE A DANÇA DO VENTRE PODE FAZER POR VOCÊ
A dança do ventre pode tanto estimular e equilibrar os hormônios femininos, auxiliar na cura da insuficiência ovariana, quanto combater a prisão de ventre como vimos, pois trabalha o tônus das paredes abdominais e contribui com o peristaltismo voluntário. Tudo isso, com o auxílio das ondulações abdominais, entre outros movimentos, combinados à respiração abdominal – o que ensina a movimentar o diafragma, ativando o natural funcionamento dos órgãos da região do baixo-ventre.
Fatores como uma boa circulação sanguínea, também contribuem para a manutenção da juventude através da prática bellydance, pois seus exercícios aeróbicos de baixo impacto evitam que você retenha líquido.
O QUE VOCÊ GANHA COM A PRÁTICA CONSTANTE
Com o passar dos anos, a musculatura, também por força da gravidade, tende a pesar. Os músculos sustentam menos o esqueleto – a coluna, como também os órgãos. Embora a dança do ventre não defina tanto a musculatura do corpo como na musculação, seu exercício lhe confere elasticidade e sustentabilidade, principalmente à região abdominal (neste caso, as ondulações ventrais fortalecem a região como também a definem). A coluna, sendo o vaso que abriga uma legião de nervos da medula espinal, cuja importância no funcionamento fisiológico é de peso ímpar, pois órgãos e glândulas estão a ela ligados, necessita de elasticidade, flexibilidade e sustentabilidade. A dança do ventre, trabalha nos “cambrés“, o alongamento da coluna em movimentos ântero-posteriores e látero-laterais, gradativamente, respeitando o estágio de desenvolvimento e as características anatômicas de cada aluna. Mencionando ainda que a prática correta destes alongamentos aliados à respiração proporcionam uma intensa massagem nos órgãos internos.
Doenças diversas tendem a estimular o envelhecimento precoce. Até nisso a dança do ventre pode auxiliar, pois mantém a mente da mulher sempre saudável. Mente sã, corpo são. Como mencionei em textos anteriores, a psicossomática evoluiu muito e hoje se conhece detalhadamente o processo de adoecimento estimulado por uma conduta mental negativa. Na dança do ventre, através de uma boa saúde, a mulher tem a oportunidade de progredir espiritualmente, pois poderá aumentar a quantidade de experiências a viver neste vaso, que é o corpo humano, onde poderá plantar diversas flores.
Cuidados fisicos da Dança do Ventre
É muito comum depois de algumas aulas de dança do ventre as alunas reclamarem de dores nas costas. Estas dores ocorrem geralmente por dois motivos: O primeiro motivo é a falta de atividade física, com o início das aulas de dança a musculatura das costas, pernas, braços e abdome, desacostumados com exercícios, tendem a sofrer um pouco, causando desconforto que passa à medida que a musculatura vai se tornando mais flexível e fortalecida.O segundo motivo é má postura quando a aluna executa os movimentos, sem se preocupar com a posição correta do seu corpo, que geralmente ocorre na ansiedade de dançar.Ao iniciar a dança do ventre deve-se tomar alguns cuidados quanto a posição dos pés, quadril, joelhos e das costas, como também dar muita atenção a respiração.
Os pés
A princípio os pés devem estar paralelos (com exceção de passos em que há exigência de sua movimentação de forma perpendicular), a distância entre eles deve ser a largura do quadril e totalmente apoiados no chão, com o passar do tempo, quando os movimentos já estiverem gravados na memória corporal, os pés poderão estar em meia ponta, para que os movimentos se tornem mais leves.
Os joelhos
Estes devem estar voltados para frente e relaxados, desta forma a patela (osso arredondado localizado na articulação do joelho) não é agredida, poupando a articulação do esforço e deixando a pelve mais "solta".
O quadril
As brasileiras possuem em gingado natural em que o quadril é projetado para trás. Na dança do ventre como também na maioria dos esportes é imprescindível que ele esteja sempre encaixado, ou seja, descer o cóccix (osso localizado no final da coluna vertebral) e levantar o púbis (eminência triangular na parte inferior do abdome) os movimentos serão melhores observados.
Coluna vertebral
Imagine que você é uma marionete e um fio te puxa pelo alto da cabeça, desta forma, seu corpo será obrigado a ficar ereto, a coluna alinhada com a cabeça e os pés, ombros relaxados, queixo apontando a linha do horizonte, abdome contraído, assim as articulações serão poupadas, evitando lesões futuras.
Respiração
É muito importante prestar atenção em sua respiração, que deve ser a mais tranquila possível, sendo necessária a utilização da respiração abdominal, que é natural nos recém - nascidos e na prática do yôga. Esta respiração consiste em inspirar relaxando o abdome, assim ocorre a sensação deste se encher de ar como se fosse uma bexiga, e soltar o ar contraindo o abdome esvaziando-o. A melhor forma de exemplificar esta respiração é comparando-a a um fole que expande ao sugar o ar e reduz ao expeli - lo.
Conclusões
A dança do ventre deve ser praticada com muita calma e seriedade, para que se possa desfrutar ao máximo de seus benefícios.Parece ser muito difícil pensar em todas essas informações e ainda dançar, mas desta maneira o corpo entra em forma com prazer e alegria, sem precisar de "malhação" pois com todos esses cuidados ocorre um aumento da capacidade aeróbica, fortalecimento e maior flexibilidade dos músculos, proporcionando um bem-estar geral. Além destes benefícios físicos a dança do ventre faz com que todas as mulheres resgatem sua feminilidade e delicadeza, reconhecendo e aceitando a si mesma, deixando de lado a cobrança de possuir um corpo parecido com o das modelos e atrizes que fazem parte de uma minoria, sendo que, mesmo estas mulheres que possuem corpos ditos "perfeitos" sofrem para mantê-los. Ao se aceitar a mulher percebe que o importante é possuir um corpo saudável, flexível, suave e dançante.A beleza da mulher nasce da capacidade que ela possui de sentir e proporcionar prazer às pessoas que ama.Fonte: Blog magia e misterio
Código de ética dança do ventre
“A dança do ventre é uma expressão artística e, como tal, deve ser difundida. Cabe às profissionais da área zelar pelo seu conceito, mantendo assim, os padrões de elegância que a envolvem e não permitindo sua vulgarização. Para exercer suas funções com dignidade, as profissionais da área devem receber remuneração justa pelos serviços artísticos ou didáticos prestados. É considerada conduta antiética a prática de concorrência desleal com outras profissionais da área (bailarinas ou professoras).Professoras.1. A professora tem a função de ensinar e orientar pacientemente, sempre zelando, em primeiro lugar, pela saúde e bem-estar de suas alunas, e respeitando as limitações de cada uma. A todas as professoras é dada orientação que seus currículos estejam à disposição das alunas.2. É importante que a professora realize anualmente avaliações opcionais com suas alunas, as quais terão à disposição informações preciosas para a evolução de seu aprendizado.3. A dedicação ao ensino deve ser direcionada para o conhecimento de suas alunas e não como instrumento de vaidade pessoal para a promoção da professora.
4. A professora deve exercer seu trabalho livre de toda e qualquer discriminação, motivando e respeitando suas alunas, independentemente de características físicas ou faixa etária, lembrando que esta é uma atividade que deve ser direcionada visando ao bem-estar e equilíbrio físico, mental e emocional. Portanto, não podem ser exigidos padrões estéticos que diferenciem ou discriminem qualquer uma delas.5. Para aptidão ao magistério da dança do ventre considera-se satisfatório um período mínimo de 4 anos de estudos na área, com aperfeiçoamento em didática e conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica que possibilitem segurança na realização de um trabalho corporal consciente. O tempo de estudo pode ser reconsiderado a partir de cursos realizados anteriormente, como balé clássico, educação física ou faculdade de dança.
6. A professora de dança do ventre deve buscar aprimoramento e atualização constantemente.7. A professora deve cumprir a programação e o cronograma de cursos oferecidos ou divulgados a suas alunas.8. Todas as alunas merecem igual atenção de sua professora, a qual não deve fazer qualquer distinção entre elas. 9. A professora deve ser especialmente honesta quanto aos seus conhecimentos, buscando respostas corretas para esclarecimento de suas alunas. Todas as informações pertinentes ao curso que se dispõe a ministrar devem ser transmitidas com clareza e honestidade, visando ao efetivo aprendizado de suas alunas. – Como a dança do ventre tem origens muito remotas e informações de difícil acesso, esta questão deve ser sempre esclarecida a priori, para se evitar a divulgação de histórias fictícias que resultem em prejuízo à sua imagem e evolução.
10. A professora não deve estimular competitividade negativa entre suas alunas ou com outros grupos.
11. A professora deve ter respeito e consideração com as demais profissionais da área, preservando um ambiente de relacionamento sadio que possa acrescentar ao desenvolvimento de todo o segmento, não utilizando a sala de aula como espaço para demonstrar rivalidades pessoais ou denegrir a imagem dos demais profissionais da área em prol de sua promoção.
12. São ainda consideradas atitudes antiéticas: Apresentar coreografias de outras profissionais sem prévia autorização, bem como omitir o nome da responsável por sua criação. Coibir a participação de alunas em workshops e cursos que possam acrescentar elementos ao desenvolvimento e aprendizado. Apresentar currículos com informações fictícias referentes ao aprendizado e experiência. Recomenda-se que, em se tratando de cursos e workshops, sempre se solicite certificado de participação
Bailarinas
No Brasil, até a presente data, são consideradas bailarinas de dança do ventre todas aquelas que, possuindo o conhecimento e experiência necessários, prestem serviços artísticos profissionais (shows) mediante oneração.
1. Cabe à bailarina profissional cumprir todas as cláusulas acertadas em contrato para prestação de serviços artísticos junto ao seu contratante.
2. A bailarina profissional de dança do ventre deve zelar pela imagem moral da categoria que representa: mantendo relacionamento e de respeito e elegância junto ao seu público e contratante; e trajando-se de forma adequada aos padrões da categoria durante suas apresentações.3. Faz parte da correta conduta ética entre bailarinas profissionais: Quando assistir à apresentação de outra bailarina e/ou alunas, dedicar o devido respeito e atenção. Quando estiver realizando apresentação em conjunto, ser solidária e direcionar o trabalho com espírito de equipe e união.
4. Ter consciência de que cada profissional possui um estilo próprio que a diferencia e, assim, saber apreciar a admirar, com a devida humildade, todas as variadas formas de se expressar a mesma arte.
5. Respeitar o local de trabalho de outras profissionais.
6. São consideradas atitudes antiéticas: Atravessar ou interferir em contato de trabalho de outra profissional estando ciente deste fato. Distribuir material de propaganda pessoal durante serviços contratados por meio de outra bailarina. Criticar o desempenho ou denegrir a imagem de outra profissional junto ao público, contratantes ou demais colegas da área. Transformar uma apresentação coletiva em disputa pessoal de vaidade, interferindo na qualidade do trabalho apresentado.
A forma como uma professora e bailarina se referem à sua (s) mestra (s) é um exemplo que será seguido por suas alunas amanhã. Quem não respeita seu mestre não valoriza a arte. Recomenda-se sempre avaliação médica antes do início das atividades, como em qualquer atividade física.
As responsáveis pela elaboração do Código de Ética esperam que a união, a humildade, a seriedade, o respeito e o amor sincero à arte estejam sempre acima de qualquer diferença pessoal. Que estes laços que nos aproximaram até aqui em favor do objetivo único de valorizar e organizar nossa arte, se fortifiquem a cada dia, alcançando todas as praticantes da dança do ventre no Brasil.”
Fonte: Cadernos de dança
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Estilos
A Dança do Ventre e seus estilos
Não temos muitos registros históricos sobre a dança do ventre, mas uma coisa é fato e indiscutível, é uma dança de essência feminina e muito antiga, e claro, devido a esta última característica passou por inúmeras transformações. Venho há muito tempo sentindo uma grande necessidade de abordar esse assunto, isso porque observo muitas profissionais da área, tanto no Brasil como no exterior, usarem nomenclaturas e rótulos para classificarem sua dança como sendo melhor. É comum depararmos com frases tipo “a verdadeira”, “autêntica”, “pura”, “original”...
Antes de escrever qualquer coisa quero deixar bem claro que só existem dois tipos de dança do ventre: a boa e a ruim. E não precisa ser nenhum expert no assunto para saber diferenciar.
Dança ruim não falta, mas ainda bem que temos muita dança boa!!
Pra mim, dança ruim é aquela fora do ritmo e da música, sem sentimento, sem personalidade, fora do contexto.
E dança boa, ao contrário do que tenho observado neste meio, NÃO É conseguir fazer movimentos “cabeludos” e dificílimos, e sim tornar sua dança juntamente com a música uma só coisa, dançar com expressão, vida, paixão, delicadeza e todas as suas emoções, é conseguir tocar no outro e dar o seu melhor. A técnica e elaboração dos movimentos são importantes sim e enriquecem a dança, mas somente isso não basta!! Num outro momento quero falar mais sobre isso.
Mas voltando ao assunto dos estilos, acho muito necessário colocar alguns pontos nos is. E antes que alguém pergunte, quem é ela para fazer isso, quero dizer que não sou ninguém, não tenho selo disso ou daquilo, não ganhei nenhum concurso e não fiz aula com nenhuma estrela da dança do ventre, não sou formada em ballet clássico, nem moderno e nem jazz e nunca fiz nenhum curso de dança ocidental, não tenho nada contra quem fez tudo isso e quem sabe um dia eu faça também, mas até este momento não fiz. Aprendi meus primeiros passos nas festas e reuniões familiares e da colônia grega e árabe, aprendi com minha mãe, minhas tias, participei de uma porção de grupos folclóricos, ouço música oriental desde que nasci, e só muuuuuito depois, quando eu já tinha 18 anos fui estudar especificamente a Dança do Ventre.
Dito isto, permito-me dizer que a dança do ventre hoje, tanto no Brasil como em outros lugares do mundo, inclusive no Oriente Médio, possui muita influência do ballet e do jazz, e inclusive que no Brasil parece que adquiriu um estilo próprio, muito bonito e admirado, mas longe de ser o tradicional como muitas afirmam com convicção.
O que é então Dança do Ventre tradicional?
Na minha opinião é aquela que minha mãe dança, instintivamente, tendo aprendido com seus familiares que aprenderam com os deles e assim foi. É uma dança de raiz, assim como a menina do subúrbio do Rio dança um samba delicioso sem condicionamentos. Minha mãe nunca vai sambar daquele jeito e a menina nunca vai dançar o que minha mãe dança. É algo não só cultural, mas meio que genético e muito diferente da Dança do Ventre que assisto nos shows e festivais. Em hipótese nenhuma estou dizendo aqui que uma dança é melhor ou pior, muito pelo contrário, a dança tradicional é mais simples, não tem grandes deslocamentos e giros, os braços são mais soltos, a linhas menos harmônicas, mas o “swing” é diferente, é muito difícil explicar sem mostrar.
Sem contar os novos estilos que estão surgindo a cada dia, “Tribal, Fusion e etc”, eu classifico a Dança do Ventre basicamente em:
Dança do Ventre tradicional – que eu já dei uma explicada
Dança do Ventre Clássica Oriental
Dança do Ventre Clássica Ocidental
Dança do Ventre Moderna
Dança do Ventre Criativa ou Livre
O que diferencia um estilo do outro não é somente a música ou os trajes (este último é o que tem menos importância), mas sim os movimentos utilizados, a postura, a leitura musical, a interpretação dos ritmos, maqans e taksins, a forma como são feitos os deslocamentos entre muitos outros aspectos.
Quero encerrar dizendo que a Dança do Ventre é uma arte, e toda arte tem que evoluir e transpor os padrões e condicionamentos, entretanto não podemos esquecer de que esta dança é uma arte que pertence a uma cultura, e que não temos o direito de distorcer, depreciar, ridicularizar, vulgarizar ou descaracterizar esta cultura tão antiga e que muito colaborou com a nossa evolução como seres humanos.
Escrito por: Cristiana Antoniadis
Estilo Egípcio:
O Estilo Egípcio, como o próprio nome já diz, é oriundo do Egito, destacando-se as cidades do Cairo e Alexandria. As estrelas de dança egípcia ganharam fama por se diferenciarem das dançarinas do ventre em geral, também se diferenciando muito entre si. Dessa forma há uma grande variedade de interpretações dentro deste estilo, mas ainda assim, há certos elementos que parecem comuns à dança do ventre egípcia. Geralmente, as dançarinas acompanham mais o ritmo de um instrumento do que a melodia, ainda que existam dançarinas que dancem um tanto "melodicamente" às vezes. Elas também possuem um estilo um tanto leve, o que faz a dança parecer muito fundamentada e tradicional. Assim como acontece com todas as danças orientais, a dança do ventre egípcia é profundamente mergulhada na música folclórica e na dança do Egito. Os ritmos Saidi e suas variações, por exemplo, são muito comuns. Muitos elementos diferenciam a Era de Ouro do Estilo Egípcio dos estilos mais modernos. A Era de Ouro faz referência às estrelas da dança egípcia dos anos de 1920 a 1950. Alguns dos nomes mais famosos daquela época incluem Samia Gamal, Tahia Carioca, Naima Akef e poderia se estender às gerações seguintes como Souhair Zaki, Nagwa Fouad, Fifi Abdo, Mona Said e Aza Sharif. O estilo egípcio moderno relaciona-se com as tendências mais atuais na dança oriental egípcia. Algumas delas incluem elementos do balé e da dança moderna. Grandes nomes da dança do ventre egípcia são Dina, Tito e Randa Kamal. Há também muitos dançarinos de outra nacionalidades que adotaram o estilo egípcio em sua própria dança. Alguns nomes merecem destaque como Orit (Israel), Leila (EUA),Sahra Kent (EUA), Yasmin (EUA), Nour (Rússia), Asmahan (Argentina);
Estilos Americano:
Ao longo do século XX, surgiram casas noturnas de imigrantes do Oriente Médio onde vários deles se reuniam para apreciar a música e a dança de seus países. Geralmente, eles eram um grupo misto formado por árabes, armênios, turcos, gregos e persas. A música seria uma mistura de canções populares de todas essas diferentes culturas. As dançarinas eram as próprias imigrantes e, mais tarde, seriam americanas que se apaixonaram pelo Oriente Médio após conhecerem sua cultura, música e dança. Elas aprenderam através de filmes, postais, pinturas e qualquer outra coisa que chegasse às suas mãos. E assim surgia um estilo único de Dança Oriental que misturava influências de diferentes países do Oriente Médio e muita imaginação.
Algumas das características que diferenciam o Estilo Americano, além de uma grande mistura de elementos de várias culturas do Oriente Médio, incluem uma maior utilização dos snujs, danças com véus, espadas e cobras. Alguns nomes importantes desse estilo incluem Nejla Ates, Ozel Turkbas, Semra, Morocco, Serena Wilson, Ibrahim Farrah, Bert Balladine, Jamila Salimpour, Nakish, dentre muitos outros. Da nova geração, Ansuya e Piper são grandes representantes do Estilo Americano.
Estilo Americano Contemporâneo:
Muitas dançarinas americanas e outras dançarinas em todo o mundo dão continuidade à eclética tradição do Estilo Americano de Dança do Ventre, fundindo vários elementos de diferentes culturas do Oriente Médio. Muitas delas levaram a coisa mais adiante e incorporaram elementos como Jazz, Balé, Dança Moderna, Dança Latina, Dança Espanhola e Flamenco, Dança Cigana, Hip Hop, Dança Indiana, etc. Além disso, as dançarinas procuraram viajar para o Oriente Médio para saber o que as comunidades de dança do Egito, Líbano e Turquia estão desenvolvendo atualmente.
Enquanto as dançarinas continuam tendo um forte vocabulário com base árabe ou turca em seu repertório, uma grande variedade de fusões é aceita sob o título de "Dança do Ventre". Dessa forma, há também uma tendência maior de apresentações no estilo teatral.
Ainda que existam estilos definidos de Dança do Ventre, há uma constante troca de elementos entre todos eles. Muitas dançarinas que poderiam se encaixar na categoria de Estilo Americano podem ao mesmo tempo se encaixar em outro estilo. Por exemplo, a dançarina Jillina, coreógrafa do Belly Dance Super Stars, inclui uma boa dose de fusões em suas coreografias em grupo, mas como dançarina solo utiliza um estilo próximo do que pode-se chamar de Estilo Egípcio Moderno.
Algumas notáveis dançarinas e alguns grupos que realmente representam as tendências da Dança do Ventre Americana Contemporânea incluem: Suhaila Salimpour, Belly Dance Super Stars, Bellyqueen, Dalia Carrella (para sua "Dunyavi Gipsy"), Elena Lentini e Tamalyn Dahlal (para as suas apresentações teatrais), para citar apenas alguns nomes.
Estilo Turco:
Os estilos turco e oriental e os estilos árabes de Dança do Ventre compartilham o mesmo vocabulário de dança. No entanto, o estilo turco é influenciado por várias danças folclóricas da Turquia, assim como as danças folclóricas dos ciganos que vivem no país. Muitas dançarinas e músicos são ciganos e deram seu próprio toque especial à dança.
Há geralmente ritmos populares com uma estrutura de 5, 7 ou 9 tempos juntamente com ritmos de 4 e 8 tempos. O Estilo Turco Clássico possui alguns pontos em comum com as eras de Ouro e Clássica do Egito e do Líbano, mas também possui um caráter patriótico muito forte oriundo da época do Império Otomano. No entanto, o atual estilo turco de Dança do Ventre é muito mais alegre e expansivo. Alguns nomes que valem a pena ser citados incluem Nesrin Topkapi, Princess Banu, Sema Yildiz, Asena, Didem, Tulay Karaca, Birgul Beray, Reyhan e Tanyeli, além de dançarinas estrangeiras como Artemis (EUA) e Eva Cernik (EUA).
Estilo Tribal:
Carolena Nericcio, de início uma aluna de Masha Archer que, por sua vez, era aluna de Jamila Salimpour, criou um grupo de dança em São Francisco (Califórnia, EUA) com o nome de 'FatChanceBellyDance'. Com uma estética alternativa e o desenvolvimento de um estilo codificado de improvisação, o grupo rapidamente ganhou popularidade mundo afora ao trazer uma nova forma de dança no mundo Belly Dance: o estilo Tribal. A música usada era de origem norte-africana, indiana, turca e árabe. As roupas traziam elementos da India, Turquia, Afeganistão e África do Norte. Tudo isso misturado aos movimentos trazidos do estilo americano, do Flamenco e da dança indiana. As tatuagens também são muito populares entre as dançarinas de tribal. Algumas dançarinas diferenciam o puro FatChance e o Estilo Tribal Americano do Estilo Tribal Improvisado. Como bailarinas de tribal conhecidas, pode-se citar Carolena Nericcio do FatChanceBellyDance, Kajira Djoumahna do BlackSheep BellyDance e Paulette Rees-Denis do Gypsy Caravan.
TRIBAL FUSION -Estilos derivados do Estilo Tribal Americano incluem o Tribal Fusion e a Dança do Ventre Tribal Moderna. Estes, por sua vez, utilizam bastante da estética do tribal americano. No entanto, em vez de ter como base a improvisação, as danças do Tribal Fusion são geralmente coreografadas. Os estilos se fundem ainda mais com outras formas de dança como break dance, hip hop, dança indiana, polinésia, do Oeste Africano, entre outras. Além disso, usam músicas contemporâneas como breakcore e etno-rock. O Tribal Fusion é ainda fortemente influenciado pelo Yoga, tendo muitas de suas dançarinas como praticantes da modalidade. Alguns nomes conhecidos incluem Rachel Brice e o Indigo, Zafira Dance Company, Unmata, Jill Parker e o Ultra Gipsy e Ashara.
Estilo Libanês:
Aqui no Brasil, o estilo libanês de Dança do Ventre ainda é bem pouco conhecido e muito menos praticado. À primeira vista, eles são bem parecidos, mas existem certas características que o diferenciam do estilo egípcio, que é o mais comum entre as bailarinas, além do norte-americano.
As bailarinas costumam ser muito mais interativas com o público, os movimentos de quadril são mais fortes e o sapato alto, é basicamente obrigatório. Não sei porque. As músicas com leitura libanesa costumam ser mais impactantes, com um Dabke comumente em algum momento da música . A leitura musical é diferente e o espaço é mais utilizado também, com muitos giros, camelos, tranquinhos e twists.
As roupas são menos discretas e/ou mais ousadas, a expressão costuma ser muito mais extrovertida que a do estilo egípcio, pela própria roupagem das músicas mesmo.
Estilo libanês é alegria e entretenimento! É uma opção para quem não se identifica muito com a introspecção do estilo egípcio, tão bonito quanto. Ninguém é obrigado a gostar, mas que ele existe e tem crescido, é inegável.
Fonte: Dança do Ventre Brasil
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